Sexta, 16 Março 2018 12:33

Ordem promove experiência missionária

Por um período de três semanas, de 8 a 31 de janeiro, 37 missionários e missionárias realizaram uma experiência missionária na Amazônia, promovida pela Ordem dos Frades Menores. A experiência, que está na sexta edição, sempre nos meses de janeiro, é organizada pela Fraternidade do Projeto Amazônia, residente em Caballo Cocha, Loreto, Peru, no Baixo Amazonas peruano. A missão se realizou em San Pablo de Loreto, uma pacata cidade às margens do Rio Amazonas, que nasceu com a criação de um sanatório para portadores de “lepra”, criado pelo governo peruano em 1926. Os moradores mais antigos guardam a memória de muitas histórias de dor, exclusão e abandono. Ultimamente, a região tem recebido muitos migrantes, especialmente da “serra” peruana (Cordilheira dos Andes), que veem na Amazônia a terra prometida.

Participaram da atividade frades, religiosas, leigos e leigas, procedentes da Argentina, Brasil, Colômbia e Peru, dos quais quase a totalidade deles veio pela primeira vez à Amazônia e muitos são provenientes de grandes cidades, como Bogotá, Lima, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte

A iniciativa tem como objetivos: 1) Oferecer a possibilidade de uma experiência missionária na Amazônia; 2) Anunciar a Boa Notícia de Jesus Cristo de que o Reino está próximo; 3) Animar e fortalecer a vida cristã nas comunidades; 4) Despertar e promover novas lideranças comunitárias. Em sua programação teve três momentos: 1°) Ambientação climática, convivência fraterna, estudo da realidade da Amazônia, Igreja local e da comunidade; 2°) Visita missionária às comunidades ribeirinhas; 3°) Partilha, avaliação e confraternização.

No primeiro momento, os missionários ouviram depoimentos do sr. Hildebrando, 92 anos, o enfermo mais antigo da cidade, já cego, com dificuldades de andar, voz fanhosa, consequências da doença, mas com uma lucidez e uma memória invejáveis. É a memória viva da história da cidade e do sanatório. Conheceram e dialogaram também com o presidente de uma das Federações das Comunidades Nativas da região, que falou da realidade dos povos indígenas, seus problemas e aspirações e o descaso com que são tratados pelo governo peruano.

Em duas semanas, de domingo (14/1) a sábado (27/1), em fraternidades de três ou quatro pessoas, os missionários visitaram 39 comunidades da Paróquia, permanecendo de dois a cinco dias em cada comunidade. Acompanhados e hospedados pelos animadores das comunidades, partilharam a vida e o dia a dia das comunidades, tais como, o transporte, o alimento, o esporte, o banho no rio; visitaram as famílias, fizeram encontros com a comunidade de estudos bíblicos, formação cristã, celebrações, atividades com as crianças, reavivaram vida comunitária e motivaram novas lideranças.

Sentiram um forte impacto com a realidade de pobreza, de descuido com o meio ambiente, da quantidade de lixo, de alcoolismo, a submissão e o silêncio das mulheres, as enfermidades, as precárias condições de higiene, o abandono e a desnutrição das crianças, a presença de muitos grupos religiosos, a divisão e o individualismo das comunidades, a desatenção do Estado às comunidades indígenas, o cultivo da coca.

A realidade eclesial também impactou os missionários: uma igreja em ruínas, com poucos animadores, comunidades sem capelas, material pastoral e celebração dominical. Também identificaram que há pessoas sem nenhuma vida de Igreja, mas que são pessoas de fé. Outras se identificam com a Igreja, mas não têm atividades religiosas. É uma Igreja que necessita acompanhamento pastoral.

Os missionários fizeram também experiências humanas e pessoais muito marcantes e profundas, como foi testemunhado por muitos.

 

Fonte: Franciscanos

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