Quarta, 18 Fevereiro 2015 16:31

Quarta-feira de cinzas - Importa rasgar os corações e não as vestes

Quarta-feira de cinzas-Joel 2, 12-18; 2Coríntios 5,20-6,2;  Mateus  6, 1-6.16-18

 

 

Como colaboradores  de Cristo, nós vos exortamos a não receberdes em vão  a graça de Deus, pois ele diz: No momento favorável eu te ouvi e no dia da salvação eu te socorri. É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação” (2Cor  6,1-2)

 

            Começamos novamente a viver o tempo bendito da quaresma. Tudo passa depressa.  O tempo, a rotina, a repetição das coisas nos tornam pessoas sem  profundidade. Quantas quaresmas já vivemos? Até que ponto aprendemos a lição desse tempo de transformação e de conversão, tempo de simplicidade e de verdade, tempo de ver as coisas com elas são, tempo de  humildade e de pedido de perdão?  Das leituras hoje proclamadas  podemos haurir sábias orientações  para viver bem a quaresma:

 

·         O Senhor é benigno, paciente e cheio de compaixão. É inclinado ao perdão, é cheio de misericórdia.  Esse é o tempo de chegar perto dele com o coração contrito.

·         Esse é o tempo de congregar o povo  e fazer reuniões  de pessoas  “penitentes”, quer dizer que lamentam a mediocridade de sua vida e desejam  recomeçar tudo de novo.  “Congregai o povo, realizai cerimônias de culto, reuni os anciãos, ajuntai a crianças e lactentes, deixe o esposo o seu aposento e a esposa o seu leito”.

·         “Perdoa, Senhor, a teu povo e não deixes que esta tua herança  sofra infâmia e que as nações a dominem”.  Tempo de encher o peito desse desejo de receber o perdão do Senhor.

·         Não possível receber a graça de Deus em vão, sem o coração, sem levar até o fim as consequências de um amor benevolente do Senhor que quer a restauração.  Nem sempre a graça que passa volta a passar.

·         Ecoa dentro de nós,  nesse tempo favorável, as  palavras do Miserere  : “Criai em mim um coração que seja puro, dai-me novo um espírito decidido. Ó Senhor não me afasteis de vossa face, nem retireis de mim  o vosso santo Espirito”.

·         O Sermão da Montanha  dá algumas indicações práticas para a vivência da quaresma, como escola de santificação:

o   Não basta praticar a justiça diante dos homens.  Nossa vida de fé precisa nascer do interior. Não bastam as aparências. Tudo haverá de se revestir de grande sinceridade.

o   Seremos bons, profundamente bons, bons de modo especial para aqueles que mais precisam e que nunca poderão retribuir-nos o bem que eventualmente lhe façamos.  Nada de vontade alardear, de dizer que isso e aquilo fizemos e merecemos  aplausos e recompensa. Será fundamental fazer o bem e ponto final.

o   Não basta uma oração externa, grandiloquente, com muito aparato de harpa e cítara.  A verdadeira oração nasce em nossas entranhas.  Ela brota do silêncio, do quarto com a porta fechada.

o   Nada de alarde também de privações corporais e espirituais. O Senhor vê nossas modalidades de penitencia.  Basta.

 

 

Será preciso rasgar o coração e não as vestes.

Frei Almir Ribeiro Guimarães

 
 
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